platonicidade

havia fogo na caverna

e dormia ali toda a energia.

ainda que decidisse matar deus,

sobraria a escuridão.

grilhões me conectavam ao solo

enquanto vislumbrava sua forma

e talvez até tenha te visto,

em alegorias de sombra.

creptava a minha realidade

enquanto buscava redenção

e bebia a tangibilidade

em goles de catarse.

dentro e fora da caverna,

por acaso e distância

o fogo arde, queima, ensina

e cega, quando ferido.

transcreve a busca por sentido

a tentativa, a chama, a soma e o erro.

rendido após o Sol matar seu leão,

na ostensiva e catastrófica empreitada pelo talvez,

eu o feri.

Lucas Felix
Enviado por Lucas Felix em 20/04/2020
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