[ sem título #23 ]

porque nem todas as coisas, foram amor.

porque não falei de amor [ porque não fiz

amor ], senão o que aprendi e aprendo nas

lembranças de adolescente [ serão todas

platônicas? eu mesmo platônico? ], nos

poemas, nos livros, nos consumos avulsos

por significados, no recitar alto e baixo e

médio onde se busca entender o fonema

das palavras que usamos ou que gostaríamos

de usar [ suas sílabas átonas e tônicas; suas

oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas —

minha confusão noturna em saber se

penúltima vem antes da última: pois

certas cousas carregam uma ordem quando

chegadas — inda que antes do começo ]

porque nem tudo que disse pode ter sido

amor; assim como muita cousa que deixei

de dizer, pode ter sido. mas nunca saberei

mas nunca saberão mas nunca saberemos [

conjugar os verbos, porque cônjuge

não se conjuga — porque o tempo verbal

nos situa ante uma situação, dentro

daquele contexto de ações — inda que

provavelmente nunca acontecidas, senão,

em minha cabeça [ ? ] ].