sentimento obscuro

Eu queria que não fosse tão difícil olhar pra mim. E perceber tão claramente os inevitavéis erros que cometi.

Querer compreender, o porque da minha dor ainda dilacerar a minha carne, queimando o meu espiríto, inebriando a minha mente. Busco em meu coração, respostas que nunca tive, ou as que tenho mais que não posso aceitar.

Sinto a raiva do pensamento, que me leva a encontrar você no vazio dentro de minha alma, que te ver sangrando tanto quanto eu, e sempre que tento limpar o seu corpo da dor, é só mais uma ferida que estou fazendo em mim e em você.

As palavras não podem mudar todo esse inferno que estamos vivendo, e parece que mais uma vez estou caindo aos pedaços num poço tão profundo quanto a minha insegurança, se ainda te amo ou se alguma vez realmente te amei.

você não pode curar a apunhalada que deu no meu peito e muito menos poderá apagar as cicatrizes do meu coração, talvez pelo simples fato, de que você não dá a mínima pro meu sofrimento paralelo. E sinto raiva de você, quando me culpa de todas as suas mentiras e trapaças, e quando não enxerga nada além de sua dor.

Você só se importa com aquilo que te convém, e não dá a mínima, se eu te amo ou te odeio. E eu te odeio por me fazer ser o que sou na parte mais obscura do meu ser. Aquele eu, que não posso revelar, mais que urra querendo se libertar, que se debate em convulsões aflitivas, que não enxerga nada além do que você representa na vida dela, e que não suporta a escuridão em que foi aprisionada.

E quando você me culpa, pelo seu desagrado, pela sua ignorância, eu percebo que não importa aonde eu vá ou quanto tempo passe, sua lembrança me assombrará, me fatigará, me machucará. E sozinha terei de novo de me trancar na torre escura da dor, e deixar que a luz cubra meu tormento, e o sorriso disfarce a minha angústia.