[ sem título #24 ]
estranho
como as palavras quero & queria,
ao meu ver, quase em nada,
se distanciam.
[...]
venho docemente carregando
a beleza desta estranheza que
me gera a língua portuguesa
brasileira.
[...]
tudo começara
com meu desejo
— diria sonho
possível —
numa vaga de biblioteca:
estar
entre os livros
e o amor,
é o que
me resta [?].
[...]
e fico a me dizer
o quanto quero
esta vaga
sem criar
uma expectativa alta,
porque existe a realidade
para decretar o que será
do que sonhamos — se
realizado, se desencanto.
[...]
e quando me digo queria,
regresso ao quero,
porque o ia
me passa
um passado
que passou.
[...]
e numa situação como esta:
de espera, de emprego, de
análise curricular e de um sonho
que não minto,
que fazer?
:
pensar um passado não
acontecido ou um presente que
[ inda ] não se sabe /
/ que
[ inda ]
não
sei?