Nada

Nada ao vento, mas penso:

- Foste tu ao relento

E nada fomos, nem seremos

Para o argueiro iremos

Impressões, turbações

Amor e cantigas

Assim tão explícitas

Sem de fato sentir o fato

De toda uma noção

Embaçada então

Vista através de vidros

Sentidas por ilusões

E a coisa perplexa, em vão

Caída, adormecida pelos vãos

Da aurora perdida da vida

Vista através de cortinas

Ditas como palavras vazias

Jogadas pelas bocas

De lábios profanos

Em troca de migalhas

Fora assim em brasas

E nessas asas, de vôo sem aptidão

Como o ato em cena, atores da vida

Fora apenas nossa própria emoção

O nada sincrético, contra agrados

De toda a comoção, batimentos serão

Dentre as moções, além da razão

De nossa intrínseca reflexão

Assim desfez-se em racionalidade

Fez-se sobre nossas percepções

E o nada, aquele sem sentido progride

Progressa dentre nossos abismos

Mutila ilusões, agridoces sensações

Padece ao firmamento, numa só percepção

Como aqui conto e canto uma história

Termina assim a fadiga, pela razão

JulianaRosa
Enviado por JulianaRosa em 17/05/2020
Código do texto: T6949970
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