A mente e o peito

A mente diz e contradiz

Como um perdiz que canta

Nos cantos e não alcança

Daquilo que se cala e acha

O que o coração ri e fala

Diz e sem medo descarta

A minha cabeça teme

Aquilo que o peito sente

Tão quente, não mente

E esquece aqui, em mim

O ego preciso que pressente

O único vil e inconsequente

Na minha cabeça tudo é certo

Tempestades e luzes, o incerto

O caos do universo faria clarões

Mas em coração, são como rojões

Que entre multidões e vazões

Permanecem sem razões

Contida então, aberta em vão

Expresso no vagão dos únicos sãos

De loucos e confusos, difusos

No difusor das multidões

Somente em meu coração

Que uma vez mais, persiste e insiste

Numa mente que vive e se divide

Entre erros, dúvidas, apenas assiste

Vê-se as dores e dívidas

De mais uma vítima

Que sem guias ou pistas

Nem prenúncio e anúncio

Apenas o luto no escuro

Dum peito sem escudo

Naquele que vive em prelúdio

Do repúdio de atos incautos

Da tola negociação dos fatos

Com o mero acaso

JulianaRosa
Enviado por JulianaRosa em 23/06/2020
Código do texto: T6985647
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