Quarto bagunçado

De repente viajo numa doce cena

E nos braços, o sorriso tomando o lugar

Ora encontro em mim tal criança pequena

Ora vejo uma adulta no espelho a se olhar

Procuro vestígios que de mim se escondem

Reviro a gaveta do presente que estou

Imagino o passado e o futuro que somem

Como um espectro do tempo que em mim ficou

Achei meias, boneca, fotos, uma pena

Por cima, por baixo da cama jogados

Amor, ódio, tristeza, sorriso e poemas

Nesse quarto tão meu, tão bagunçado

Por vezes arrumo, limpo toda poeira

Deixo só o que preciso, jogo o resto então

Até tento ajeitar, de tal maneira

Mas, assim como um quarto tá o meu coração.

Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 08/07/2020
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