MEU DESERTO

PASSANDO POR UM DESERTO,

NAS ANDANÇAS DA ILUSÃO,

NOS PERIGOS DE CADA DIA,

TEMPO DE SOLIDÃO...

NO AFÃ DE UM RECOMEÇO...

DE UM QUERER SE ENCONTRAR,

NOS SEGREDOS, TANTOS MEDOS,

UM DEVIR SE LIBERTAR...

DESEJAR E NÃO PODER,

OU PODER E NÃO QUERER,

QUANDO SOMENTE QUERIA,

SOBREVIVER...

FORAM DIAS QUENTES,

COM NOITES TÃO FRIAS,

O VENTO SOPRAVA NAS TARDES,

CLARAMENTE VAZIAS...

UM CAMINHAR SEM DESTINO,

A PROCURA DE UM HAVER,

A CURA PARA DOR DE MIM,

DE QUERER-ME CONHECER...

MEU EU COMIGO MESMO,

TENTANDO ME PROVAR,

OS MEUS MEDOS E VONTADES,

QUEM SE CONVENCERÁ...

NA IMENSIDÃO DO CÉU,

UM GRITO ME FAZ RESPIRAR,

UM PÁSSARO FERIDO NÃO VOA,

MEU DESEJO DE RIO É (A) MAR...

SE AS PERGUNTAS QUEREM SABER,

AS RESPOSTAS ME VÊM PERGUNTAR,

SE O BARCO DA VIDA TEM VELA,

SE É VELA DE UM SOPRO APAGAR...

NÃO TEMO O MEDO DA MORTE,

MAS PREFIRO FICAR EM SILÊNCIO,

NESTES DIAS A MERCÊ DA SORTE,

NAS SOMBRAS DOS VÃOS PENSAMENTOS...

NO DESERTO AS VAIDADES SE ESVAEM,

PAIXÕES PARECEM TER FIM,

MENTIRAS É DOR PRA QUEM CONTA,

VERDADES FAZ BEM PRA QUEM DIZ...