Bondade

“Há uma exuberância na bondade que parece maldade.” Nietzsche

Praticar sempre o bem era o seu lema.
Não importava a quem, nem o motivo.
Dizia: é preciso manter vivo
o verso mais insosso de um poema.

Nunca economizou adjetivo
pra dar beleza a uma boa ação.
Nunca aceitou sequer um só tostão,
por remuneração ou donativo.

Era, de fato, um poço de bondade,
que nunca esvaziou nem a metade,
dos bens que, por direito, eram seus.

Até, que um certo dia, veio à tona
que ela, em verdade, era a dona
da conta que o diabo abriu pra deus.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/08/2020
Reeditado em 01/09/2020
Código do texto: T7050404
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.