Escrivaninha

- O tinteiro por favor!

- E traga os selos de Dona Helena, e não se esqueça da nova lembrança.

- Nem mesmo hoje, de nossa falança.

- E traga de jeito, pois não há de haver defeito.

Em minha escrivaninha, nas rochosas cortinas;

Nas tençoadas franzinas,

Na viril carta lançada, da furtiva essência em fala.

De seu cauteloso! Do bravo doloso.

Da frente oeste,das sendas terebres;

Das exílias gerações, das enxutas constelações.

Do retido momento menino, do já vivo recado caprino.

De um "Naturalis" com ar de recado.

De densas curvas, em sua ternura,

Paginada por armaduras, na candeia das dunas.

Carlos Vinícius Azevedo de Oliveira
Enviado por Carlos Vinícius Azevedo de Oliveira em 30/08/2020
Reeditado em 30/08/2020
Código do texto: T7050458
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.