Por que cala, o poeta
Pois vivendo c'oa mansidão,
embrulhada de poesia,
reflete nas próprias letras,
- as do vazio interior -
o que (ela) tenta suprir,
alinhando a vida no papel...
Mesmo morto por dentro,
d'uma saudade que corrói,
ou pela mais cruciante dor
Vai, da sorte, revivendo:
- unicelular(mente!) -
a toda vez, a cada verso...
Mesmo que o desalento
ache de impedir a porta,
- a de entrada -
pra barrar qualquer migalha
qualquer gole de plenitude
a poesia não cala os verbos...
Nos versos, um grito silencioso.