Por que cala, o poeta

Pois vivendo c'oa mansidão,

embrulhada de poesia,

reflete nas próprias letras,

- as do vazio interior -

o que (ela) tenta suprir,

alinhando a vida no papel...

Mesmo morto por dentro,

d'uma saudade que corrói,

ou pela mais cruciante dor

Vai, da sorte, revivendo:

- unicelular(mente!) -

a toda vez, a cada verso...

Mesmo que o desalento

ache de impedir a porta,

- a de entrada -

pra barrar qualquer migalha

qualquer gole de plenitude

a poesia não cala os verbos...

Nos versos, um grito silencioso.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 02/09/2020
Código do texto: T7052666
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