Quando

Quando nada faz sentido

é fácil entrar em depressão,

um prédio da cobertura ao chão,

torna-se uma alternativa, uma solução.

Quando a festa vira tédio,

o tédio te doma, tranca no quarto,

lhe vira na cama, revira pro lado,

amarrotando o pijama listrado

que estava jogado no armário

feito seu dono jogado na vida.

Quando os quilômetros são demais,

as flores perdem o perfume,

pássaros não conseguem encantar ao cantar,

o desgosto de não poder abraçar,

nem o toque do violão é capaz de minimizar.

Quando perde-se os sentidos,

sente-se a vida correr entre os dedos,

perde-se tanto tempo,

que se descobre as consequências do medo.

Eliezer Antunes de Oliveira
Enviado por Eliezer Antunes de Oliveira em 19/09/2020
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