O ÓDIO E O MAL ETERNOS

Guardo, em mim, o ódio e o rancor

Acumulado nesta vida sem amor

Queria vomitar todo meu horror

Num prato putrefeito de carne, sangue e dor

Queria mastigar um morcego quente

Que inundasse minha alma de óleo fervente

Queria ver no inferno toda essa gente

Que odeio; que são, da minha depressão, a semente

Queria ver, no lago de enxofre, pus e sal

O espelho perverso, meu reverso, meu lado mal

A vida parece agora ser um brinquedo banal

Pois toda a maldade parece ser algo normal

Nesta dimensão, o bem e o mal parecem se precisar

Se amam e se acasalam num orgasmo sublime, lunar!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 24/10/2020
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