Preso
Estou preso.
Acorrentado no porão. Sufocado no calabouço.
Afogado nas minhas lamentações e com dificuldade. De chegar na superfície daquilo que quero.
Liberto-me nos sonhos. Sinto o abraço forte.
O beijo roubado e o sorriso encantado.
Prazer sem toque. Temporário.
Efêmero que dura nos meus curtos lapsos de sono pesado.
Acordo algemado, com a ânsia desse sentir.
Com a saudade daquela mensagem e a expectativa eterna do porvir.
Vivo o sentimento do cabresto. Em que o carroceiro me ergue a cenoura a um palmo da boca.
Peço por ela com a minha voz rouca.
Mas uso uma camisa de força.
Que vesti e perdi as chaves.
Parece inalcançável.
Parece eterno.
Trancado nesse cadeado que me prende do belo.
Sigo no sentimento de viver nesse éter.
Na esperança de um dia acordar sentindo o abraço e o perfume do seu suéter.
Levantar, vendo o sorriso verdadeiro.
Quero sentir isso por inteiro.
Sou o meu próprio prisioneiro.