Domingo, 6/12/2020
Esmaecer da vida
Antonio Feitosa dos Santos 

Lá se foi o tempo de um botão em flor,
De um gravo, de uma rosa, de uma prosa de amor.

No tempo, vira-se inimigo do próprio tempo,
Se veste e se despe de valores e se reveste em desalento.

Nesse passar do tempo as feridas não cicatrizam,
Lembranças sem esperanças o corpo e a alma escravizam.

Cabisbaixo segue o homem, com sede e fome de viver,
O tempo tirou-lhe a força, a moça e a viva água de beber.

Aos solavancos do tempo, lutas diárias, batalha renhida,
Avança o homem, se redescobre por medo ao esmaecer da vida.

O tempo segue, a vida se apaga, a alma nua,
Migalhas deixadas, résteas de luz, fim do túnel, a cruz é sua.

Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 6/12/2020 às 09h59 

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