MEDO**

Medo da vida e da morte!

Medo da partida e do retorno!

Medo do escuro e da luz!

Medo do dia e da noite!

Medo das muitas vozes e do silencio!

Medo da humanidade e do espiritual!

Medo do que é natural e do sobrenatural!

Medo de tudo e medo do nada, do vazio!

É o cavaleiro errante e os inimigos imaginários.

E a busca e a fuga do que nunca se pode encontrar.

O apagar das luzes, o estar longe ou perto da multidão,

aciona os sensores do medo, as vezes natural, as vezes extremo.

O medo é nosso amigo, nos protegendo dos perigos,

das decisões erradas e dos caminhos obscuros.

Quando o medo ultrapassa as barreiras da proteção,

é o fim do prazer de viver, de sonhar, de seguir em frente,

de socializar-se?

Sozinho no escuro, qual bicho acuado, sofrendo calado.

Com medo!

Medo de tudo e de todos!

Sem confiar nos outros e nem em si mesmo.

O monstro inexistente que tenta dominar a pessoa

que o dimensionou.

A esperança se esvai!

Meus amigos?... meus amigos são... apenas uma lembrança!?

“Ninguém tropeça numa montanha.

O que nos faz tropeçar e cair

são pequenas coisas que,

na verdade, acabamos por negligenciar” *.

Ao redimensionar os grãos de areia, podemos

ver grandes rochas.

Somos o nosso maior inimigo!

Precisamos redirecionar o foco de nossa visão,

alçar vôos nunca antes pensados,

trilhar por caminhos que nos causam medo.

Medo! Sentimento e sensação de ameaça, estado de prontidão.

Taquicardia, tremor, pânico, adrenalina...!

O medo pode ser uma ameaça inexistente,

através de um olhar exagerado.

Um olhar que a tudo vê e percebe em seu redor.

Uma mente que pressente grande perigo,

onde não há nada o que temer.

O medo é uma dádiva e não uma maldição!

* Tadashi Kadomoto, Ninguém Tropeça em Montanha, ed. Gente.

** Baseado no livro "Mentes com medo" de Ana Beatriz B. Silva.

Lendo as entrelinhas
Enviado por Lendo as entrelinhas em 28/10/2007
Reeditado em 28/10/2007
Código do texto: T713633
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