Sem voz

Quase sempre

Tenho pouco a dizer,

Minha voz é silenciada

Com certa frequência.

De mim é tirada,

Em sua tão jovem latência.

Enquanto a esperança é desmantelada,

Após isso se desvanece

O senso de liberdade

E também de inocência...

Ética e empatia estão manchadas

Pelas vozes que foram caladas,

E pelo sangue dos oprimidos.

E junto foram tantos gritos,

Aos poucos

Me sinto...

Com o peso de um

Palhaço triste,

Preparado pra um Show de circo.

Vivendo isolado,

Em memórias falsas

Que eu mesmo crio.

Estou com medo,

Não sei suportar

A brisa quente do deserto.

Minha solidão

Se torna meu carrasco,

Aquele que me mantém

Refém, sufocado e preso.

Sei bem qual

Será meu inferno.

Porém, não aguento o tormento.

Nada é eterno,

Será que isso vale

Pro meu julgamento?

Meu erro foi pensar muito,

Viver aos prantos.

Me escondo na chuva,

Sob a luz da Lua.

Se criasse novas memórias,

Talvez a paixão não perdesse o encanto.

Se fosse menos louco,

De repente não

Me sentisse morto.

E mesmo se tentasse

Um recomeço,

Seria inútil tal esforço.

Gabriel Atalla
Enviado por Gabriel Atalla em 28/12/2020
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7146241
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