É apenas um louco

Quatro janelas, quatro cortinas

E o poeta com suas cismas

Tecidos leves do teto ao chão

Os devaneios e grandes vãos

Tecendo rimas no entre panos

Vislumbra noivas nos cortinados

As da direita sempre compostas

Aceitam encargos e posição

As da esquerda aceitam o vento

No chamamento proclamam e investem

Vestem intempéries enfrentam o tempo

Avançam a rua e se fazem em dobras

Das noivas o mundo entende

Mas dos ventos nem tanto

E o poeta ensimesmado ausculta corações

Das noivas e dos ventos

Mas perde a razão

De medicina não entende

Das noivas e dos ventos tão pouco

O poeta é apenas um louco