Três moinhos

São três os moinhos do rio

Que moem o vazio que há

Na solidão dos gentios

Que fogem na hora h

Pra enrolar longos fios

Que aquecem o frio que dá

No coração de vadios

Que prendem um sabiá

O primeiro moinho... Mói vento

O segundo .. ilusão

O terceiro ... Mói tempo

Tristeza, alegria, pecado e perdão.

O primeiro moinho... Mói sonhos

O segundo estórias sem fim

O terceiro moinho é medonho,

E moi dentro de mim

As pedras mos dos moinhos

Transformam o milho em pão

A água impura em vinho

E o medo numa canção

Que logo faz o seu ninho

Na concha de minhas mãos

Depois, feito passarinhos,

Voam... pra imensidão.

Poeta de Gravata
Enviado por Poeta de Gravata em 30/10/2007
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