****Eu******

Cadê aquela imagem

Que brilhava em luzes e sons de qualquer noite

Ofuscando toda realidade

Às vezes sinto que se perdeu em noites de escuridão, largada por sua libertação

Até penso que não existiu que foi minha imaginação a construí-la

Em algum tempo de minha criação;

Mesmo sendo forte e marcante como é o mar para aquele que nunca viu

Como vida para marimbondo

Como asas de borboletas sempre coloridas e ávidas

Soltas em ventos informes

Sugando toda gota de vida

Que conhece ou não qualquer segredo

Acredita que pode

Fechar o livro secreto

Como sombras do final do dia

Ao som acordes de violoncelo

Trazendo tristeza as almas

Como dor favorita, dor escolhida

Em noites

Frias, escuras e apodrecidas

Em dança de Dante

Expondo toda ignorância

Pagando pela arrogância

Hoje é como Tolo perdida em acasos

Solta em sons de línguas mortas

Dançando com fantasmas

Em tempos perdidos

Em eras extintas

Como reencarnação de rainha

Sem reino

Esquecida por seus guerreiros

Abandonada pela sua coroa

Seu livro hoje

São apenas lembranças que insistem em apontar opções de vida

De um tempo que passou

Como giz que se apaga em frente ao apagador

Chore quanto quiser

É a visão de sua alma

Que vem sem convites tornando seu choro realidade

Faminto e devorador

Como presa escondida

Em noite nebulosa que se rebela

E desnuda a pele.

Tente encontra-la

Atrás de névoas espertas e sagáz

Sem mapas não a encontrará

Detem os caminhos

Não a decifrou

Nem sequer a conheceu

É o enigma de sua alma

Nesta noite

Ela não se fará clara aos teus olhos

É esquivo como o desconhecido!