COVARDIA PLATÔNICA

Da janela, vi seu reflexo, seus olhos de céus

Num flerte que poderia ter sido e que não foi

Não degustei sua relva, sua seiva, seu mel

Fiquei na contemplação idiota de boi

No ônibus, outra vez vi seu espelho

Refletias entrega, talvezes, mudanças

Mas preferi minhas flores vazias, sem centelhas

Preferi ruminar meus traumas e medos de criança

No lago de minh’alma sua imagem me espera

Mas continuo covarde, numa guerra só de mim

Sou soldado humilhado em rude treva

Esperando que a vida passe e eu veja o fim

Vivo pra um futuro muito além do futuro

Onde eu me esconda numa perfeição no quarto escuro...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 19/03/2021
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