Confessionário Íntimo

É estranho como a vida é irônica,

da mesma forma que a face sorri

enquanto o coração quer chorar...

Assim, nos enganamos,

escondemos nossos sentimentos,

perdemo-nos...

Foi desse modo que me iludi,

julguei-me inatingível,

acreditei que o meu dom era eterno

e acabei sendo esquecida,

fiquei estagnada no tempo.

Achei que precisava viver

grandes emoções,

para poder escrever

grandes poesias.

Talvez minha vida precisasse

de novos temperos, novos ares...

Algo estava faltando,

mas eu não sabia o quê...

e em meio à falta de respostas,

menosprezei a poesia,

fiz pouco caso,

traí meus instintos.

Quis afastar-me da convivência,

sofri, senti-me ferida.

Não podia desabafar,

ninguém entenderia...

Então, sozinha,

no silêncio do meu quarto,

chorei amargamente,

aliviei minhas dores.

Sei que fui egoísta, orgulhosa,

porém, como nada acontece em vão,

e pela dor também aprendemos,

amadureci, tornei-me mais humilde.

Tirei um peso do coração

reatando com minha melhor amiga,

a poesia, com quem sempre

pude me abrir.

Mas acima de tudo,

sei que sempre houve

a mão de Deus em minha vida,

ajudando-me a superar tudo isso

e me amparando nesse recomeço.

Joyce Amorim
Enviado por Joyce Amorim em 15/11/2005
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