Insensatez deveras
Aqui me encontro,
cheia de lembranças como um baú velho.
Aqui estou embolada,
como um livro empoeirado largado e esquecido em uma prateleira velha.
Sanando dores invisíveis,
que nessa vida, talvez, nunca irão se curar.
Abençoando os passos alheios,
pois os meus, eu deixei de abençoar.
Perdida encontro-me novamente,
largada a traças melancólicas,
de uma saudade que não existe mais.
Perdida permaneço dentro de mim.
Apreensiva, sigo pela vida,
num eterno estágio de disciplina,
dizendo aos outros que não sofram,
enquanto eu, sozinha e calada, morro aos poucos afogada num pranto insano incapaz de ser compreendido até mesmo por mim.