UM CANTO A AFLIÇÃO
Há um borrão de nuvens no céu,
O sol está presente.
O vento aos poucos baila,
O clima típico – Equatorial!
Ah, isso me dá um certo medo!
Talvez, à tarde, caía chuva...
Sim, o clima me dá medo!
Enquanto isso, o sol está a pino.
O suor aos poucos escorre lentamente
E no presente, leva consigo minha dor.
O vento resmunga entre às árvores,
Ás folhas velhas desprendem-se,
Liberdade! Sussurram ao chão.
Não!
Eu não!
Talvez meu medo venha sucumbir
Tão mais depressa que meus sonhos,
Ah, o clima me dá medo,
E as folhas novas, resistem!
É tão cruel amadurecer,
O sol castiga nossa mente
Entrementes, vão e veem – a gente,
E contrapõe-se a singularidade do espaço-tempo.
Não há teoria contra isso,
A solidão e a liberdade se entrelaçam,
E pouco a pouco se confundem lá diante,
E o que nos resta é um rascunho desvairado.
Ou, certamente, um verso apaixonante!
Há muito anos penso nestas coisas,
Que transforma o céu-anil em cor de chumbo.
Entristeço-me, abato-me, tão incerto!
Como o clima que me deixa em obscuro.
Já não tenho uma ideia tão lívida,
Nem mais lúcida como outrora,
Tenho fé que esta é minha hora:
Um desconhecido poeta, mundo a fora!
O poeta talvez seja essa Folha:
Vive presa na árvore do pensamento.
Amadurecer, desprende-se, e voa,
Pra viver poucos dias seu engajamento!
Mas nunca se cala, logo após seu passamento!
Por que seus versos, no entanto, atemporal.