É o barato de criar.
As palavras surgem do nada
é só acordar, olhar em volta
e tudo começa a fazer sentido
ou não, têm aquilo escondido
surgem conjugadas
soltas, desligadas.
De repente, as palavras cruzam
na música lenta ou dançante
a deslizar em meus instantes.
Abro as janelas pra rua
E sinto que murmúrios
tocam minha alma
e fico como se estivesse nua.
Meus bichos emitem sons
característicos e só seus
que se juntam aos meus
com seus olhares doces
imploram carinhos e alimento
mesclam-se aos pensamentos.
Espano os livros empilhados
que dormiram a meu lado
lidos e relidos
a língua amadureceu
namoro os entreabertos
e os fechados
quem sabe alimentem
mais meu eu.
Os retratos nas paredes
são de amores plenos
e infinitos, vividos
enfeitam o ambiente
e estimulam os verbetes.
Após esse grande passeio
sem sair do lugar,
olho a vida sem receio
pela tela do computador,
em versos insanos e sem pudor.
Ali,  teus olhos perseguem-me
lindos, vibrantes
tocam, inspiram
meus versos relutantes.
Às vezes palavras estão ausentes
noutras insistentes
nascem mesmo assim
e tudo que busco é a poesia
da euforia à métrica,
ou nada disso enfim.
Meu sonho é fazer pulsar corações
ah, eu gosto de ver
revolver minhas elucubrações
e neste mar de letras e rimas
vocábulos, decifrações
faço meu verso acontecer.

@soninhaportopoa
Soninha Porto Flor
Enviado por Soninha Porto Flor em 23/05/2021
Reeditado em 23/05/2021
Código do texto: T7262013
Classificação de conteúdo: seguro
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