O valor da resistência

Resiste ! Velha figueira, resiste!

Não posso perder a sua sombra,

Você! O meu mais querido verde,

Esperança que um forte não tomba.

O que será dos pequeninos sem você?

Na tua ausência a vida perde o brilho,

O sol impiedoso há de secar o lírio,

As flores aos seus pés se esfumarão.

Oh ! Velha figueira já cansada,

Resiste a este homem inclemente,

De tanta luta, hoje és impotente,

O que será dos teus na tua queda?

Oh ! velha figueira se partires,

O meu coração ficará nas trevas,

Nas frias sombras da desilusão,

O meu esteio é a sua resistência.

E quanto aos lírios que secarão ao sol?

E as orquídeas que tombarão contigo?

Que tristeza o João de Barro sem abrigo,

Na solidão de um cenário sem seus verdes.

Resiste velha! Velha figueira, resiste!

A esperança não pode perder mais uma luta,

Sei que os jardins e os gramados são bonitos,

Mas o cheiro do mato está na sua resistência.

Beto Pupo
Enviado por Beto Pupo em 08/11/2007
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