O valor da resistência
Resiste ! Velha figueira, resiste!
Não posso perder a sua sombra,
Você! O meu mais querido verde,
Esperança que um forte não tomba.
O que será dos pequeninos sem você?
Na tua ausência a vida perde o brilho,
O sol impiedoso há de secar o lírio,
As flores aos seus pés se esfumarão.
Oh ! Velha figueira já cansada,
Resiste a este homem inclemente,
De tanta luta, hoje és impotente,
O que será dos teus na tua queda?
Oh ! velha figueira se partires,
O meu coração ficará nas trevas,
Nas frias sombras da desilusão,
O meu esteio é a sua resistência.
E quanto aos lírios que secarão ao sol?
E as orquídeas que tombarão contigo?
Que tristeza o João de Barro sem abrigo,
Na solidão de um cenário sem seus verdes.
Resiste velha! Velha figueira, resiste!
A esperança não pode perder mais uma luta,
Sei que os jardins e os gramados são bonitos,
Mas o cheiro do mato está na sua resistência.