A chuva da manhã
A chuva desce
Nos telhados reverberam os sons
Brota a nostalgia
De uma manhã sombria
Gélida, fria
Refrescada pela cálida e ruidosa garoa
Tempo bom
Chega pra cá meu bem
Aquece-me
Essas escamas de gelo quebrarão
Que envolvem meu coração
Do sombrio sou refém
Até a solidão me desdém
A chuva
É a única que comigo conversa
Acalma-me como mestre do oriente
Repousado numa tapeçaria persa