O LIVRO DA VIDA

Num tempo de murmúrios e de guerras

Em que os sonhos são castelos de poeira

Eu sigo procurando por abraços

Mas só ouço xingamento e muita asneira

O sexo e a violência são vendidos

Num comércio de poder, corrupção

O bigode não tem força de contrato

A palavra não tem mais honra que a de um cão

O Homem se afogou em sua Alma

E seu tempo é só sonhar com um aumento

O seu lar é uma gota de miséria

Seu trabalho, o escravizar de um sentimento

Suas mãos são maiores que seu corpo

Suas lágrimas são grossas como um músculo

O mundo é um formigueiro de cansaço

O desespero é uma caveira calma no escuro

A cada dia o Saber me bate a porta

E eu não abro com medo do seu rosto

Pois sei que a cada esquina deste livro

Personagens trazem os traços do desgosto!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 06/07/2021
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