Temores revelados

Temores enraivecidos, temores disfarçados

Temores mal-entendidos, temores putrefados.

Temores do silêncio da sala,

Temores de não ter com quem brigar,

Temores de ser tolo,

Temores de não ter sido má.

Temores multicolores,

Temores unicolores,

A quem importa? São temores.

Do tempo que não é mais hoje ou daqui a pouco

O tempo já foi... anos, décadas, não dá pra voltar

Temores do amor que hoje é só lembrança

Da amizade que virou rivalidade, insistência,

Cinzas de um tempo se acreditava

Que haveria vida plena de planos:

Amar, ser famoso, bem empregado.

Separar, casar de novo, namorar.

Ser pai, avô, ficar gagá.

Ter a certeza de que um dia

houve sentido para a infindável

seqüência das horas...

Arsenia Rodrigues
Enviado por Arsenia Rodrigues em 09/11/2007
Reeditado em 26/06/2008
Código do texto: T729537
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