EU E AS PALAVRAS

Ultimamente ouço as palavras em mim

Num diálogo de silêncio as sinto tão bem,

Fecho os olhos e sinto suas texturas

Tecendo um bordado com linhas do além.

Temos sido mesmo inseparáveis

No terno fingimento que a vida seduz,

Eu por vezes escuridão me faço

A palavra tão minha, a palavra tão luz.

Nessa magnitude então de escolher

A palavra como arte e eu como artista,

Vou escutando os corações alheios

Assim como faz qualquer cardiologista.

Mensura, instiga, empresta e doa

Usa-me e não sou desgastada,

Palavra que me rouba e eu agradecida

Quanto menos mereço, mais sou roubada!

Rosilene Leonardo da Silva

15/09/2021

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Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 15/09/2021
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