Monólogo de uma noite sem estrelas

No eterno descompasso da vida

Vou existindo

Perdido em minhas rimas

Da mente um emaranhado de esquinas

Um labirinto de entrepostos

Onde vou experimentando de tudo um pouco

Tentando descobrir a fórmula da felicidade

Sem morrer por dentro na loucura da insanidade

Criada pelas crises de ansiedade

Ou da frieza de algumas verdades

Como somos diferentes em nossas realidades

Eu aqui viajando na matéria escrita do pensamento astral

O meu imaginário sonhado tão longe rindo de meus devaneios

Ou talvez seja só um reflexo distorcido de um mundo real

Tão difícil é encarar o outro lado do portal...

Cercado de sombras invisíveis

Caminho no além de escolhas impossíveis

Decisões contidas de momentos distintos

Alguns bons outros esquecíveis

Onde a multidão são apenas corpos vazios

Poucos ocupados de massa encefálica

Raros ainda os que me ouvem

Inexistentes os que me entendem

Talvez por serem júri de um réu já condenado

Sentenciado ao vazio da solidão

Preso pelas algemas da frustração

Não existe prisão maior do que uma mente colapsada

Que já apanhou tanto tentando realizar sonhos longínquos

Agora só se conformando com ganhos ínfimos

Resquícios de um projeto há muito perdido

Desenhos de um círculo já corrompido...

O hoje é uma gota no oceano

O ontem a maresia da praia fria

O futuro um poema enfiado numa garrafa vazia

Tudo não passando de uma figura alada

Uma metáfora no céu de uma noite cansada

Cheia de dizeres de um poeta que nunca aprendeu a viver direito

Ele apenas continua sem parar para dizer adeus ou até logo

Nunca se sabe quando é o próximo monólogo...

Tudo que sabe é que precisa escrever

O que sente

O que respira

O que lhe machuca ou faz feliz, mesmo que não consiga entender.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 25/11/2021
Reeditado em 22/11/2023
Código do texto: T7393918
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