Eu sou o culpado pelas minhas expectativas
Sempre começa simples, mera brasa
e quando percebo, já é incêndio, explosão
a imaginação logo cria asa
perde o controle, me tira do chão
Pensamentos fluem pela mente
fantasiando acontecimentos
nela plantam uma semente
árvore que dá frutos de falsos momentos
As ideias agem como uma besta indomável
tento acorrentá-las, lhes segurar
mas são como fenômenos da natureza,
algo imparável
impossível controlar
Assim...
bebo cada gole de expectativa
desejando me embriagar nessa ilusão
vivendo numa realidade alternativa
que dura até o vômito de decepção
Assim...
acordo no cemitério da realidade
as fantasias, vão sendo lançadas em caixões
as fantasias, vão sendo enterradas pela verdade
enquanto assisto cada morrer, das minhas ficções
Então...
retornam para chover dentro do meu peito
me alagam, me afogam e me fazem desabar
corro para cama, me deito
deixo meus olhos a dor sangrar
No final...
eu sou o réu
acusado de manter práticas que me são nocivas
se caí no inferno, foi por tentar chegar no céu
eu sou o culpado pelas minhas expectativas