Eu sou o culpado pelas minhas expectativas

Sempre começa simples, mera brasa

e quando percebo, já é incêndio, explosão

a imaginação logo cria asa

perde o controle, me tira do chão

Pensamentos fluem pela mente

fantasiando acontecimentos

nela plantam uma semente

árvore que dá frutos de falsos momentos

As ideias agem como uma besta indomável

tento acorrentá-las, lhes segurar

mas são como fenômenos da natureza,

algo imparável

impossível controlar

Assim...

bebo cada gole de expectativa

desejando me embriagar nessa ilusão

vivendo numa realidade alternativa

que dura até o vômito de decepção

Assim...

acordo no cemitério da realidade

as fantasias, vão sendo lançadas em caixões

as fantasias, vão sendo enterradas pela verdade

enquanto assisto cada morrer, das minhas ficções

Então...

retornam para chover dentro do meu peito

me alagam, me afogam e me fazem desabar

corro para cama, me deito

deixo meus olhos a dor sangrar

No final...

eu sou o réu

acusado de manter práticas que me são nocivas

se caí no inferno, foi por tentar chegar no céu

eu sou o culpado pelas minhas expectativas

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 23/02/2022
Reeditado em 29/07/2023
Código do texto: T7458791
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