Às vezes

Às vezes a gente se cala

não tem o que dizer

a palavra na garganta entala

resta apenas o silêncio para oferecer

Às vezes a gente chora

e o clima do ambiente começa a fechar

o que no peito fez morada, é hora de pôr pra fora

já não dá mais pra abrigar

Às vezes a gente se sente perdido

querendo um mapa para se achar

chuva na estrada, trovão e rugido

fica a solidão, e a água pra molhar

Às vezes a gente deixa algo quebrado

mas não sabe como consertar

esse tipo de coisa na escola não é ensinado

e não tem manual para consultar

Às vezes a gente vai falhar

e isso não é o fim do mundo

com os erros ganhamos um novo olhar

o que parecia raso se torna profundo

Às vezes a gente se enche de paixão

e esquece dos problemas da vida

se entrega e dá asas à imaginação

torna nossa estrada florida

Às vezes a gente vê o nascimento

segura um pedaço de nós entre os braços

talvez o mais mágico momento

o resultado da equação da soma de laços

Às vezes é hora de chorar

às vezes é hora de sorrir

às vezes é hora de uma vida chegar

às vezes é hora de uma vida partir

Às vezes queremos um viver de certezas

porém, nascer já é sair do previsível raso

é entrar no mar feroz, navegar em suas correntezas

não existe controle, a vida é regida pelas leis do acaso

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 14/03/2022
Reeditado em 14/03/2022
Código do texto: T7472111
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