A poesia de um bardo solitário

Meu coração bate devagar acompanhando meus passos

Como uma música ele segue um ritmo

O silêncio junto com o meu vazio faz o descompasso

A melodia composta ecoa em minha mente

Sozinho eu vou seguindo em meu próprio mundo

A solidão é como uma dor profunda e latente

Que ataca nossa alma e nos torna carente

Logo desejamos algo

Lutamos por aquilo

É como uma coceira

Só piora

Nada fere mais do que um desejo não realizado

Um sentimento ignorado

Ou a angustia de andar em um deserto mesmo estando cercado...

O dia nasceu belo

Acordo ainda pensativo

Pensando nas ruas desertas de minhas letras

Fecho os olhos e me vejo gritando um rock melancólico

Aqui vive um poeta que morre todo dia em um fim simbólico

Nunca é tarde para lutar por uma causa nobre

Mesmo que lute contra um dragão em uma caverna escura

E morra como um herói esquecido de uma vila pobre

Mas faça com dignidade

Nada é mais real do que perder para a sociedade

Uma guerra de ideais e conceitos abstratos

O que é ser bom e ajudar quem precisa quando se está só?

Como é viver com respostas que não são suas?

Talvez seja apenas ser adulto

Pelo menos é o que pregam

Talvez por isso eu nunca cresci aqui dentro

Apenas rabisquei meu caderno e deixei meus versos me guiarem levados pelo vento...

Os ponteiros do último relógio correm no céu

As noites tornam-se sonhos estrelados

Onde escrevo sobre universos a muito distantes

Na esperança que um dia eu abra o portal

Em algum lugar é travada uma luta entre o bem e o mal

As divisórias da realidade se espedaçam como estrelas

Milhares de fragmentos se espalham

Como uma chuva triste no ar

Naquela estrada existe algo a nos acompanhar

Mesmo que sejam apenas sombras

Abraçamos a escuridão

Pois envoltos nela somos a vastidão...

Minha respiração acalma-se

Meus batimentos entregam-me

Querido diário, hoje eu sou apenas eu

Sem mascaras ou fachadas

Apenas um humilde bardo

Na taverna virtual eu canto meus contos

Para que de alguma forma isso diminua o peso do meu fardo

Lá no fundo meus dedos correm no toque de uma harpa sem fim

Quando a música acaba, apenas alguns goles de cerveja e boas companhias me pagam...

Por que não falei do amor?

Porque ele é a tinta que uso para escrever

Sozinho sempre onde for

Meu rock

Minha dor

Meus versos

Tudo termina no amor...

Nada segue tão longe

Quanto um espirito sem rumo perdido no horizonte.

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Mais um dia querido diário, 19 de Março, 2022.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 19/03/2022
Reeditado em 19/03/2022
Código do texto: T7476186
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