EPÍLOGO
Nem o silêncio sabe de
mim.
Bato a porta na cara das
minhas sensibilidades.
Rasgo a minha pele de tanto
esfregar-me em poemas
ríspidos.
Engulo o ranso das minhas
possibilidades pragmáticas.
Mordo e arranco pedaços
previsíveis,não espero que
o outono carregue as minhas
folhas.
Chego antes do adeus,choro
antes da morte.
Corto os meus pulsos,antes que as
minhas mãos sejam capazes
de atos mais ousados.
Cruzo os meus dedos perante
a fé que por um fio me desalinha.
Cativo a fera que habita em meu
cativeiro sem tréguas,sem
saídas...
Escondo-me da claridade de
ser banal,normal...
Hoje,eu prefiro que a dor
rasgue-me inteira.
Quero estar "viva"
no meu epílogo.