EPÍLOGO

Nem o silêncio sabe de

mim.

Bato a porta na cara das

minhas sensibilidades.

Rasgo a minha pele de tanto

esfregar-me em poemas

ríspidos.

Engulo o ranso das minhas

possibilidades pragmáticas.

Mordo e arranco pedaços

previsíveis,não espero que

o outono carregue as minhas

folhas.

Chego antes do adeus,choro

antes da morte.

Corto os meus pulsos,antes que as

minhas mãos sejam capazes

de atos mais ousados.

Cruzo os meus dedos perante

a fé que por um fio me desalinha.

Cativo a fera que habita em meu

cativeiro sem tréguas,sem

saídas...

Escondo-me da claridade de

ser banal,normal...

Hoje,eu prefiro que a dor

rasgue-me inteira.

Quero estar "viva"

no meu epílogo.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 24/11/2007
Código do texto: T750658
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