Tela de Bloqueio

Papel de parede.

Foi um papelão.

Mas olha você, na minha tela inicial.

A adaga do fim soou como um serrote inferrujado no ventre: inesperado, cálido, articulado, com requintes de crueldade.

Assim como o amor subiu cada degrau e alçou asas, hoje dou ré .

Em cada degrau há brasas, vidros e sorrisos: volto ao estágio inicial.

Não fujo do amor nem do trauma.

Sua foto, na tela de bloqueio.

A cada senha digitada, uma imagem de cura ao contrário.

Para que eu chore, chore, até a dor e o amor desbotar.

Ouvirei todas as canções que te lembram, trabalharei, investirei em mim.

Mas jamais permitirei que voltes.

Esvaziarei-me da tua imagem, vendo-o todos os dias, na tela de bloqueio.

Poeta de Borralho
Enviado por Poeta de Borralho em 12/09/2022
Reeditado em 12/09/2022
Código do texto: T7603859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.