Hipocrisia ordinária

Estou fadado de não saber o que digo

Numa infinita busca pelo original,

Num caos, batalha do eu comigo

Temo e rezo para não ser fatal.

Como hipocrisia é cada palavra que professo,

Contradizendo-se com as subsequentes.

Pior que estar parado, somente um regresso.

Então, ó Palavras, por quê para si mentes?

Ademais, se não tenho, no discurso, a lealdade,

Só me resta conquistar o original,

Mais buscar o original é erroneidade

Em um mundo em que inspirado nem sempre é mortal.

Em meio ao caos, enquanto escrevo este poema,

Me pergunto: "Em minha vida teria eu um supremo lema?".

Quando respondo-me que não, entendo o motivo da guerra.

A minha mente não está apoiada, como raiz, na terra.