Poesia Perfeita
Mero sonho feito de carne
Este da poesia perfeita,
Que o vento da noite escarne,
Que a relva orvalhada pleiteia.
Quem dera sair de um punho humano
Em forma de palavras, o som de uma cascata]
Com sua altivez límpida e exata
O som das águas desabando.
Quem dera eu, tivesse tal talento
De descrever o cantar deveras magoado,
Do voar feérico de um lírio arrancado
Pelo vil golfar de uma rajada de vento.
Mero sonho feito de carne
Este da poesia perfeita,
Que o vento da noite escarne,
Que a relva molhada pleiteia.