Deleitação do Saber

O que é realmente meu

O que guardo comigo ou

O prazer camuflado no breu?

Sei o que me aflige,

Sei o que trago comigo

E sei que não possuo inimigos.

Sei que, no fundo da alma

Cada migalha desperdiçada

Se reúnem em tudo ou quase nada.

Não tão vivo como você,

Não tão intangível quando se vê,

Não tão aberto para o parecer.

Uma boa saúde temos que colher,

Não mais venenos me farão ceder

E tudo isso só o tempo pode entender.

Até a hora da colheita,

Até recolher a última ovelha,

Então o tempo poderá dizer.

Dizer que em vão não se pode viver,

Dizer que a saudade se encerra no aparecer

E o que nos resta está para além do querer.

Pois o querer não completa,

Não vale a hora da espera

E em si somente navega.

Ah, meus amigos!

Espero tanto de vós

E a Terra espera muito mais de todos nós.