Quando a Solidão Pesada Devora

No silêncio de uma noite sombria,

Eu me perco em pensamentos de solidão,

Sinto-me distante, minha alma vazia,

Como se meus amigos fugissem da minha mão.

A cada dia que passa, o desgosto cresce,

Em meu coração, um aperto se faz presente,

Pergunto-me o que fiz, o que merece

Tal abandono, tal tristeza latente.

As risadas que antes ecoavam tão vivas,

Agora se desvanecem no ar frio,

Percebo olhares fugazes, almas cativas,

E me pergunto se sou motivo de desvio.

Será que meus amigos não compreendem,

A angústia que me habita, a dor que carrego?

Ou será que fui eu quem falhou, perdeu-se,

E assim, de suas vidas, me afastei sem apego?

A solidão é um labirinto sem saída,

Onde os ecos dos risos não encontram eco,

Procuro a luz, mas a escuridão me envolve,

E a sensação de rejeição me consome pouco a pouco.

No entanto, mesmo na escuridão mais densa,

Um raio de esperança ainda pode surgir,

Quem sabe um gesto sincero, uma palavra imensa,

E meus amigos possam, enfim, me redescobrir.

Pois a amizade verdadeira é resiliente,

Supera momentos de dúvida e incerteza,

E, mesmo na solidão, no fim da vertente,

Seus laços se renovam, trazendo leveza.

Então, ainda que a solidão me acompanhe,

E a sensação de desgosto me invada,

Guardo a esperança de que um dia se desmanche,

E meus amigos voltem a colorir minha jornada.

Pois amizades verdadeiras, como raios de sol,

Aquecem a alma, dissipam a escuridão,

E mesmo na tristeza mais profunda, fazem-se farol,

Reafirmando o valor dessa conexão.

Assim, ergo-me em meio à solidão e desgosto,

Com a certeza de que a amizade verdadeira prevalece,

E sigo em frente, com o coração disposto,

A cultivar laços sinceros que nunca envelhecem.