Além das Estrelas

Ah, desânimo constante, alma abatida,

Às vezes a vida nos traz essa ferida,

Amarra os passos, afunda a alma em dor,

Amontoa cansaço, abafa o clamor.

A aurora parece ausente, afastada,

A esperança aprisionada, acorrentada,

A brisa amena abranda a agonia,

Apenas um alento, uma alegria.

Mas o desânimo, ah, ele persiste,

Alicerçado no peito, em cada gesto triste,

Amarga as lágrimas, alimenta o vazio,

Afoga a coragem, rouba o ar, o brio.

Ainda assim, na desesperança, encontro força,

Abraço a resistência, persigo a minha troça,

A cada derrota, ergo-me, reinvento,

Apoio-me no amor, no auto contentamento.

Aprendo que o desânimo não é meu destino,

Afasto-me da sombra, encontro o divino,

Amanhã será diferente, acredito nisso,

Afinal, a vida é uma jornada com desafios.

Ah, desânimo, te enfrento com bravura,

Aguardo o momento de tua sepultura,

Acredito que a vida pode se renovar,

Agradeço as bênçãos que ela traz, sem cessar.

Assim, enfrento a desventura, dia a dia,

Aflito-me, mas jamais me entrego à agonia,

Acolho as palavras que me fazem sorrir,

Alimento a alma, volto a existir.

Desânimo, és apenas uma pequena letra,

A vida é um poema, e eu, o poeta,

Apesar das dores, sigo em minha caminhada,

Afinal, sou um ser de esperança, e nada mais me abala.