Poética Capricorniana
Não sou poeta, nem quero ser.
Mas como poesia não é só verso,
resolvi me aventurar nessa poética capricorniana.
A mulher de coração firme, aquela que sabe bem o quer
- ainda que nem sempre corra atrás.
Tenho a arte de ser o que eu quero
e parecer muito fácil de ler.
Mas o que você vê não é nem a metade
de tudo aquilo que eu tenho a dizer.
Há quem diga que somos de gelo,
mas gelo é brasa forte e queima tal qual fogo.
O que não se vê é que não temos tempo a perder.
Dos joguinhos eu quero é distância.
Em cima do muro comigo não rola.
Se tu não sabe o que quer, eu decido.
Tchau e bença, parceiro! Já tá esquecido.
Povo acha que tá me lendo bem.
Ledo engano, nem sabe o que vem
Até tomar o primeiro choque...
Aí vai saber o tamanho que tem
Certas coisas não tolero.
Duas chances pra poucos no máximo.
Só vai me magoar uma vez...
Mesmo doendo, mudo o rumo e parto.
Se eu sair do jogo... Já era, perdeu.
Meu orgulho não permite voltar atrás.
Mas como não sou de impulsos,
me arrependo pouco do que realmente faço.
Um passo pra frente, mas sempre vigilante.
Insegurança é meu nome do meio
Ainda que você me veja fortaleza, firme e prática.
Sou capricorniana
Persistência não é paciência.
Não me enrole que eu vejo lá na frente.
Só me engana, se eu não me ouvir.
Meu maior erro é achar que estou errada.
"Tô sendo dura demais!" eu pensei...
E nessa brincadeira, já foi, me ferrei.
Mas se eu desisto, meu bem, tá fodido.
Se procurar, tu não acha nem vento.
Minha indiferença é meu melhor adeus.
E aí, meu amor, só lamento!
Sou capricorniana!