INQUIETUDE

Ah, espírito inquieto...

Que assim, em pedaços,

sofre esse ardor secreto.

Mas, consciente no chão dos fracassos.

Convertendo-se em linhas do destino...

Assim, o espelho é meu juiz.

Pois, me deixa em desatino...

Ser vivente por um triz

Na improficuidade que me transforma

Da vida que mais me torna menos

E, que em nada me conforma...

O provar desses venenos.

Detestável incapacidade

e, incompreensão absoluta do meio.

No peito essa tempestade

que carrego em meu seio

Não vim aqui pra explicar

só quero me sentir vista na alma

e não pelo que aparento ser.

Essa paz eu preciso desprezar

porque ela traz dor e, me tira à calma.

Planta no meu peito a guerra e faz tudo morrer.

Posso ser o anjo que encanta e mima,

ou o demônio que cospe estrelas e trovões.

É mero efeito do amor exagerado que me domina,

levando-me ao céu e ao inferno

nas mesmas proporções!