Carta aberta ao sentimento

Pulsações da madrugada, se jogando da ponte procurando a esmeralda, vendo balões vazios se encherem por nada.

O tom que tem a vida, a cura que sara a ferida. A leveza que entra pela janela anunciando o que vem na primavera.

O barulho da telha, o gemer do chão, a espuma que se fez o sabão, todos os sentidos implodindo ao tocar uma mão.

O som que vem de longe não chega ao coração. O vento de um dia quente faz a mula caminhar sozinha, deixando o cesto e esquecendo a paixão.

E nos devaneios incertos, ouvi da montanha um grito e uma direção. O rio que aqui me trouxe, me devorou as entranhas, me engoliu os pedaços, me cuspiu os centavos, me tornou em retalhos e só assim alcançou meu coração.

iaGovinda
Enviado por iaGovinda em 20/08/2023
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