DANÇA SOLITÁRIA

Romantizar o mundo

É ser tragado por ele

É ser devorado por lobos

É insistir numa inocência

Que já não existe...

Eu guardo em mim

Meu romance...

Em uma luta brutal

Onde, o devorado da vez

É o amor nas coisas

Que deixei ir

E as que insistiram em ficar

Dançam na linha tênue

Da insignificância

Do infortúnio de estarem

Pois há muito tempo

Já não sou mais eu

Mas, o eu que quer ficar,

Dança, uma dança, solitária!