"Perguntas sobre você".

Penso, penso, penso.

Fecho meus olhos.

Busco você em minha mente.

Tento distinguir sua imagem no meio de tantas outras.

Me apego ao pouco que me serve.

E me perco.

Não te vejo, só te descubro.

A cada palavra dita.

Tenho um vislumbre do que é.

Suas verdades são pungentes.

Suas minúcias intrigantes.

Se misturam, se completam.

E tudo vira você.

Te sinto sem me tocar.

Por sua sensibilidade, apreço e afago.

Como quem pega no colo e acalanta até as batidas do coração se aquietar.

Quando não.

Diz: estou aqui para você.

E faz o sangue pulsar quente nas veias.

E eu?

Como fico?

Me testa.

Sinto que me quer como uma página em branco em que pudesse escrever a partir de agora e nada de antes.

Talvez além.

Sua comoção é intensa.

No entanto, pondera.

Me deleita com doses homeopáticas.

Não diz o que lhe vai no mais fundo da mente.

Me pergunto o que deseja de mim.

Será que você sabe?

Será que pensa como eu?

Livro aberto ou entreaberto?

Não sei ao certo.

Porque se reserva a ceder de você apenas o que quer, quando quer.

Controlando-se ao máximo.

Mede palavras e ações.

Para que eu não penetre tão profundo.

Em seu mar de emoções.

Blandos Vultus
Enviado por Blandos Vultus em 24/11/2023
Reeditado em 25/11/2023
Código do texto: T7939570
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