Olhares do topo

Do alto daquele morro, existe uma favela

Onde o bope bate, e o tiro atravessa a tela

No alto do condomínio, existe um velho síndico

Onde dona lourdes grita, que havia um chip na vacina

Pode chover por vários dias para faltar luz até a esquina

Pois dá uma preguicinha, para regar as flores de dona Hermínia

De longe não vejo rostos, apenas pequenas vidas

Do alto de um arranha céu, não vejo sofridos rostos

O pedreiro que veste o filho para ouvir dele um “bolso mito”

A esquerda come cachorro, na minha direita sonega imposto

Onde ecoa o tempo inteiro que exploração é seu direito

Cinquentinha era moto velha, agora e o luxo do lazer

Onde se ecoa o tempo inteiro que pobre não tem direito

O salário mínimo não cobre o mínimo…

Do alto daquele morro existe uma favela

Abaixo um condomínio onde há um velho síndico

As luzes de um natal que enfeita aquela fachada

E apaga a luz da velha estrada

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 05/02/2024
Código do texto: T7992649
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.