Dor contida

O grito contido no peito,

Reprime a alma despedaçada,

Buscando, suplicando um jeito,

De não morrer sufocada.

A dor e o desespero,

Calados seguem então,

Tremendo o corpo inteiro,

Morre um coração.

Porque tu me calas, oh amor?

Porque não me deixar chorar?

Chorar, gritar essa dor,

Porque só pensas em me calar.

Porque despreza meu sentimento?

Porque não cultiva esse amor?

Amor que te venera a todo momento,

Insistindo em transformar-se em dor.

Minha vida é te servir.

Cuidar e te amar.

Mas para isso tudo existir,

Meu grito deve se calar.

Quem sabe um dia perceba,

Que meu grito pouco era,

Que talvez eu a única seja,

Que te ama, te venera.

Quem sabe um dia perceba,

Que não deveria me castigar,

Quem sabe a mim me conceda,

O direito de me explicar.