Ascensão e Recaída

Inalcançável deidade que corrói meu espírito!

Os círculos de inferno e degraus do purgatório

Dissolvem-se como brumas ao alvorecer cálido

de meu sentimentalismo

Outra vez revivida, percorrerei recônditos obscuros

Florestas sombrias e vales malditos,

Em busca de meu próprio reencontro

Daquele eu inconformado,

Pérfido de sonhos, malogrado de expectativas

Posso me perder em mil vidas distintas

Mas o poder de coabitar a mesma com confiança e sentido,

Suprirá cada maldição dos sortilégios, males e distâncias.

Efêmera epopeia particular,

Meu pseudo-heroísmo ignaro e decadente

Representará os encantos enervantes,

As doenças passionais da mente

E enquanto não o venço,

Ao menos tento tirar-lhe das raízes da alma,

E paradoxalmente sobrevivo disso em rápidas

convalescenças e decaídas sentimentais,

que me rendem e vivificam em camadas.

Seria loucura?

Porém, como pode o Homem viver sem

impulsos, sensações e primeiras vezes inesquecíveis?

Que floreiam, matam e viciam o

âmago num sadismo incompreendido e entorpecente?

E não seria tudo a eterna busca do meio-termo

entre razão e instinto?

Ademais, saiba que mesmo entre caídas e emersões

Sempre questiono às suas lembranças,

Essas que demasiadamente destoam e

percorrem em looping meu consciente melancólico e errante.

Laura Mancini
Enviado por Laura Mancini em 02/03/2024
Código do texto: T8011223
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.