ÁRVORE TRISTE
Não viu passar sua infância.
Cresceu numa primavera!
Mas Deus, que sempre atendeu
à filha que nEle espera,
preservou-lhe o coração.
E ela deu importância
a um afeto constante,
que com alguém quis trocar.
Seu fruto, doce e calmante,
chegava a ser tentação!…
De corações transpassados,
seu tronco se enfeitou.
Mal lhe restou a memória
dos ninhos que abrigou
em favor da criação!…
Aos temporais… aos ciclones…
resistiu, determinada!
Jamais deixou de acenar
a quem passava, na estrada,
direto ou sem direção.
Hoje, está desfigurada
por tanta indiferença!…
E treme, pois conheceu
forte frio e dor intensa!
Nem pode dar-te a mão.
MARIAN BATTISTELLA PACELLI
MARIAN, em sua obra transparece um sentimento raro que, para mim, é fundamental: doação, entrega de si.
Não são muitos os poetas que podem fazê-lo.
Há algum tempo, reli Hugo. Árvore Triste me fez pensar
no Bücher de Jean Huss
Do admirador Professor Geraldo Tolosa